terça-feira, dezembro 13, 2005

Choques no estômago

Sabe aquelas histórias bizarras que tu lembra e pensa: “Não pode ter acontecido comigo, é ficção!”. Pois é, não sei por que, mas lembrei de uma delas hoje, às 13h, quando voltava do RU da Ufrgs. Caminhando na Osvaldo Aranha, busquei em alguma prateleira empoeirada do cérebro a história de amor mais novelesca que já vivi. Foi trágica e ao mesmo tempo cômica. Um amor de verão aos 13 anos. Ele tinha 15 ou 16. Lembro que ninguém deu bola. Todo mundo achou que era coisa de um verão só. A paixão pelo cara durou mais de dois anos. E a praga não valia nada, isso eu sempre soube. Mas caí no pensamento conformista de achar que eu fazia parte de uma facção da família que tinha “dedo podre pra escolher homem”. Então me resignei a sofrer por amor. Nos conhecemos na praia e, obviamente, éramos de cidades diferentes. Ô sina de ser guaibense. O moço era da Capital. No início eu até era correspondida, mas depois de um certo tempo o “elemento” simplesmente sumiu. Tudo bem, eu até era bonitinha, não tinha as gorduras acumuladas que tenho hoje. Bons tempos aqueles. No entanto, é importante dizer que eu estava na 8ª série, ainda não bebia cerveja, nem saía à noite. Nem é preciso tocar no assunto virgindade... O cara não agüentou muito tempo aquele romance via telefone, correspondências (na época não havia e-mail) e alguns encontros no shopping. Aí foi cada um prum lado, viver a sua vida. Mas era só chegar o verão que eu já começava a sentir “choques no estômago”. Era como eu chamava o meu nervosismo! Ir para a casa da praia me fazia ter os tais choques no estômago. Vê-lo então, nem se fala! E depois de um ano sem se ver, a gente se encontrava com aquele cenário praiano ao fundo e era como se o tempo não tivesse passado. Beijo pra lá, declarações pra cá.
Olha, essa história se repetiu alguns verões, até eu ver que não podia ficar um ano inteiro sonhando com uma semana de paixão correspondida em janeiro. Mesmo porquê, o elemento morava em Porto Alegre, e não em Minas Gerais. Se não ia me ver era porque não estava afim. Me curei dessa doença e fui viver. Cá estou. Ainda bem.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

O Diferente

O diferente me chama, me encanta, é como um ímã.

domingo, novembro 20, 2005

Consciência tranqüila

MAIS DE DUZENTOS ESTUDANTES DA PUC FIZERAM UM PROTESTO ONTEM À NOITE./ ELES PERCORRERAM O CAMPUS COM FAIXAS CONTRA O AUMENTO DAS MENSALIDADES, PREVISTO PARA O PRIMEIRO SEMESTRE DO ANO QUE VEM./ OS ALUNOS TENTARAM INTERROMPER O TRÂNSITO NA AVENIDA IPIRANGA, MAS FORAM IMPEDIDOS PELA BRIGADA MILITAR./

Era mais ou menos assim que começava a nota coberta cujo texto escrevi na manhã de 18 de novembro para ser veiculada na TV Foca um dia após a manifestação ocorrida no Campus da Puc contra o aumento das mensalidades.
Saí da aula de Rádio por volta das 21h30min. Dei de cara com a manifestação. Vi um dos cinegrafistas da TV Foca filmando o acontecimento e pensei: “Nota coberta para o jornal de amanhã!”. Para ajudar, eu era a editora-chefe da semana. Acompanhei o desenrolar do protesto: tentativa de parar a Ipiranga, Brigada a postos, gritos de “educação não é mercadoria”. Peguei as informações com uma das organizadoras do ato. Entrei no Universitária e fui pra casa pensando que a nota iria entrar no telejornal, que não haveria censura, afinal de contas o assunto era de interesse da comunidade acadêmica.
Quem disse que não vale a pena tentar?
Primeiramente tentaram impedir que usássemos as fitas com as imagens. Disseram que elas foram feitas à pedido da Prefeitura Universitária para serem usadas, se necessário, pela Reitoria. Batemos o pé. A redação inteira se mobilizou a favor da tal nota coberta. Não se sabe como, mas uma das fitas acabou parando nas mãos da Geovana, editora naquela semana. Gravei o off e ela editou. A nota estava pronta. A proibição continuava de pé. Nossa última alternativa era recorrer à chefe maior, Cristiane Finger. Estávamos preparados para ouvir um não. Tinha imaginado ela dizendo que o Reitor mandaria ela pra rua se permitisse a veiculação das imagens.
Qual não foi a minha surpresa quando, relatando pra ela o que estava acontecendo e quais eram as nossas (minhas) pretenções, escuto: “Eu quero ver o texto”. Gelei e entreguei meus humildes escritos. “Vou falar com o Jerônimo (Diretor da Famecos)”. Não acreditei! Eu achando que a louca ia vetar de cara e ela foi comprar briga para veicularmos o protesto. A tal nota coberta foi ao ar na última TV Foca em que fui editora-chefe. Me senti jornalista. Acompanhei o fato. Barganhei para que fosse incluído naquela edição do telejornal. Pela primeira vez teve ameaça de censura naquela redação. Teve apreensão, nervos à flor da pele, calor, medo e coragem. Por uma notinha de alguns segundos e meia dúzia de imagens me deu vontade de dizer que se não colocassem aquilo no ar, eu pediria demissão. Era, talvez, uma das pautas mais relevantes do semestre. E foi ao ar. Dever cumprido.

quarta-feira, novembro 02, 2005

De saco cheio

Acho que enchi o saco dessa história de escrever em blog. Não que eu tenha produzido muito nos últimos tempos, claro que não. Talvez esteja precisando de um motivo.
Mas a questão é que ando meio sem vontade. Meio perdida com a partida da Tatiana Lemos. Abalada. Com medo de como será o verão sem as loucuras da Tati, sem excursões pós-modernas.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Outra obsessão musical

Pretinha
(Seu Jorge)

Faço tudo pelo nosso amor
Faço tudo pelo bem de nosso bem (meu bem)
A saudade é minha dor
Que anda arrasando com meu coração
Não Duvide que um dia
Eu te darei o céu
Meu amor junto com um anel
Pra gente se casar
No cartório ou na igreja
Se você quiser
Se não quiser, tudo bem (meu bem)
Mas tente compreender
Morando em São Gonçalo você sabe como é
Hoje a tarde a ponte engarrafou
E eu fiquei a pé
Tentei ligar pra você
O orelhão da minha rua
Estava escangalhado
Meu cartão tava zerado
Mas você crê se quiser...

quarta-feira, setembro 28, 2005

Depois de muito tempo, o dia em que tive vontade de ser jornalista!

Cais do Porto. Quarta-feira, 28 de agosto. Dia ensolarado.

16h:
Débora Cruz entrevista o Major do Corpo de Bombeiros responsável pelo treinamento aquático de futuros sargentos. A pauta caiu do céu para a TV Foca. Os bombeiros não complicaram. Aceitaram ser entrevistados. Os alunos (que são soldados) deram uma volta de lancha pelo Guaíba para ter as primeiras “noções de navegação”. Perguntamos para o Capitão Jéferson se não poderíamos “passear” na lancha também. Usamos a desculpa de fazer algumas imagens. Ele topou. As repórteres (Débora e Lizandra) não perderam tempo. O Adriano (cinegrafista) muito menos.

17h:
Todos a bordo. Passeio pelas ilhas (dos Marinheiros, das Flores, da Pintada). Como a questão ali era jornalística, chegou a hora de fazer a Passagem. Texto decorado, microfone na mão, colete salva-vidas, lancha em movimento, sol e muito vento na cara. – Tá valendo! (grita o Adriano).
No momento em que gravava o texto, senti novamente algo há tempos estava me fazendo falta: vontade de ser jornalista. Um dia qualquer da semana, uma pauta que aparece do nada, um passeio pelo Guaíba com os bombeiros.
O jornalista vive a cada dia uma vida nova. Uma vida emprestada. Mergulha numa história e sai dela antes que consiga senti-la por inteiro. Conhece coisas e situações que poucos têm acesso. E depois conta tudo isso para os outros. E as pessoas, ao assistirem uma reportagem ou lerem uma matéria, descobrem algo que não conheciam.
Quem é que se lembra que bombeiro não serve só para apagar incêndio?

A vida acaba onde começa o “reino de Deus”

Essa frase eu não podia deixar passar em branco. Não só pela insana coerência da afirmação, mas também porque fui criada sob o amparo, a proteção da idéia de que o REINO DE DEUS é tudo. Estranho pensar que nada disso existe. E talvez mais estranho seja o fato de que a grande maioria acredita firmemente no “mundo superior” sem ter parado sequer uma vez pra pensar se isso tudo faz sentido. Mas aí aparece outro problema: sem acreditar em nada, como é possível ir adiante? A ilusão talvez não seja tão perversa assim...
Deixemos de lado a minha educação kardecista e voltemos à frase. Sobre ela é possível fazer observações interessantes! Para muitos, sonhar com as maravilhas do Reino de Deus é uma das únicas formas de consolação que permite levantar com ânimo para um novo dia de trabalho (ou para mais uma etapa da jornada). Para outros seres (os que, segundo o espiritismo, terão como destino o umbral), a existência do Reino de Deus realmente significa CASTRAÇÃO. A perspectiva evolucionista exige cautela a cada passo dado. Pensar antes de agir (e durante também!). As atitudes de hoje irão traçar os caminhos que iremos percorrer amanhã. Todo cuidado é pouco. Só orar não basta: é preciso vigiar! Ter cuidado com os sentimentos mundanos, com as más companhias. Não desistir de ir atrás da evolução. Ah, muito importante: é vital exercitar a caridades, pois só ela salva (sim, no espiritismo é a caridade, e não Jesus, que representa a salvação).
E, seguindo a lógica de Nietzsche, existe vida onde matamos todas as possibilidades de revelação do instinto? Vida talvez exista, mas não vida feliz.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Um pouco de Nietzsche ou conversa pra mesa de bar

Ter lido algo do Nietzsche é fundamental para quem abomina ficar sem assunto em uma mesa de bar. É simplesmente obrigatório ter passado os olhos por, no mínimo, duas obras do cara. Caso se saiba pouco sobre ele, ou quase nada, e se esteja em um boteco participando de uma conversa regada à cerveja, não ter o que dizer é quase que inevitável.
Essa parte eu já superei. Depois de ter constatado que já estava bem grandinha pra usar a desculpa “poxa, só tenho 21 anos, ainda não li tudo que devia, mas com calma eu chego lá”, encarei o tal do Hecce Homo – Como se chega a ser o que se é. E não me arrependi. Além do conteúdo ter a ver com o momento que estava vivenciando na época da leitura, já tenho uma carta na manga para o momento que Nietzsche surgir num papo de bêbados metidos a intelectuais.
Agora, na madrugada de uma sexta-feira, chegando em casa depois de algumas cervejas, disse pra mim mesma: “ta na hora de dar seqüência à obra do Nietzsche”. Sim, pois sei que ter lido só um livro dele é quase o mesmo que não ter lido nada. E sei também que deixar a leitura para amanhã não é uma boa idéia. E pretendo reforçar o meu momento “descrença com os costumes aprendidos desde sempre”.

domingo, agosto 28, 2005

Felicidade de pobre

Na semana que passou, fiquei feliz só em falar com a assessora de imprensa do Los Hermanos e ouvir dela um NÃO para uma entrevista que pretendia fazer com eles para a TV Foca. Imagina, só em falar com a mulher já fiquei emocionada. Se tivesse a oportunidade de entrevistá-los, provavelmente teria um piripaque antes. Pobre se contenta com pouco, né?...

sábado, agosto 27, 2005

Subindo a ladeira

Minha última obsessão musical, na voz de Elza Soares e Vander Lee:

Subindo a ladeira

Quando te vejo subindo a ladeira
Ponho minha roupa de domingo, toco violão
Lanço meu sorriso de Marcos Palmeira
Mostro meu corpinho fabricado pela malhação
Quando te vejo subindo a ladeira
Faço aquele tipo mauricinho que é de matar
Te chamo prum pagode lá em Madureira
Mostro o meu book da Sonora pra te impressionar
Por que você não vem me dar amor
Por que você não vem pra mim
Eu não sou garota de Ipanema
Mas você também não é um Tom Jobim

terça-feira, agosto 09, 2005

Ciúme

Perdi o controle. Fiz fiasco. Me escabelei. Cheguei ao ridículo.
Não estou me reconhecendo, definitivamente.
A vontade de escrafunchar as pistas é maior que o bom senso. A passionalidade está vencendo a tendência racional pensar e só depois agir.
Lembrei da música da Daniela Mercury: “Meu bem o ciúme é pura vaidade”. E odiei tudo isso.
Coisa de gente insegura sentir ciúmes... coisa de gente fraca...
Mas também, há tempos desisti de ser uma fortaleza (de parecer, jamais!).
A questão é a seguinte: desse jeito não dá. A coisa não pode continuar assim.
Ah, outra coisa, de repente chegou a hora de pagar os pecados, acertar as contas com o destino (ou o acaso). Como diria uma amiga querida “é para que haja o equilíbrio”.
Só tenho uma certeza: quem procura, acha. Por isso admito que viver na ignorância é muito melhor. Mania de jornalista querer procurar a verdade até onde ela não pode estar...

terça-feira, agosto 02, 2005

O tempo. Implacável, mas esclarecedor.

Pirei quando descobri esse poema do Padre Antônio Vieira. Escrito em 1643, imagine só!
Na verdade, ele fazia parte de um polígrafo de algum dos tantos semestres de Língua Portuguesa que fiz na Famecos e que tiveram pouca utilidade. O professor era o Bruno Jorge Bergamin, da Faculdade de Letras. Tinha uma idade já um pouco avançada, coitado. Até hoje não conheço outra pessoa que tivesse paciência e gostasse das aulas dele além de mim. Quando muito, alguém tinha consideração pelas tentativas dele de dar aula, um tanto quanto lentas e repetitivas.

Quando trabalhamos com esse poema em sala de aula (foi algo breve, nada muito aprofundado) me apaixonei pelo texto de imediato. Li e reli milhares de vezes. Me identifiquei, é lógico. Há pouco havia passado pela primeira experiência em que comprovei, de fato, a implacabilidade do tempo. E não foi nada feliz constatar isso. Sinceramente, ninguém tinha me avisado que a vida seria assim. Que nada dura para sempre, que o tempo “tira o gosto das coisas”, que depois de certo tempo de relacionamento a dois a gente nem sabe mais quem é e “foge”. E enfim consegue respirar.

Copiei o poema à mão e entreguei para a Tatiana Lemos, que, impressionada com a precisão das conclusões do tio Antônio, pendurou o papel em seu mural. Ela também tinha passado por poucas e boas que lhe fizeram odiar o poder de destruição do tempo. Também se identificou.

Pra mim o texto virou uma referência. Explica muito em poucas linhas. Dá luz àquelas situações nebulosas que se repetem inúmeras vezes ao longo da vida e que nunca perdem o ineditismo. Situações nas quais a falta de explicação sempre volta a angustiar como na primeira vez.

Por isso, sempre que meu “espírito” pede, volto a ler esse texto. Me conforta. Me convence de que não sou só eu. Dá a sensação de que a vida é cíclica mesmo e não vale a pena não se deixar levar por ela.
É... sabia muito esse Padre Antônio Vieira...

O Tempo e o Amor

O primeiro remédio que dizíamos, é o tempo. Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera? São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os Antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a novidade às cousas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar, e o Ter amado muito, de amar menos.

Padre Antônio Vieira (Sermão do Mandato – fragmento – Século XVII )

sexta-feira, julho 29, 2005

Nooooossa...

Patético, simplesmente patético! Um mês sem postar nada aqui! Juro que nem eu consigo acreditar...
Vou estudar uma maneira de me redimir...

Eu prometo!

Seguinte, peço desculpas pra mim mesma por não estar atualizando esse blog como deveria. Mas é que ainda não me acostumei direito com a idéia. Escrevo os textos e os deixo guardados no meu computador. Não peguei o hábito de publicá-los. Porém, juro que irei lutar para mudar isso! Sério, prometo atualizar o blog pelo menos semanalmente. Juro! Juro! Juro!

quinta-feira, junho 30, 2005

A sina de querer o impossível

Apesar dos meus meros 21 anos (recém completos, inclusive), percebo que algumas coisas, quase sempre negativas, irão me acompanhar pelo resto da vida. Uma delas é a mania de querer o impossível. Ou um interesse maior por situações impossíveis, homens impossíveis, empregos impossíveis.
O que é uma pena, pois quem está sempre em busca da felicidade, quem corre atrás dela e não a enxerga, é porque não consegue vê-la e vivê-la onde ela realmente está: no agora, nas pequenas coisas, na rotina (sim, por que não?).
Cazuza cantou:

“Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm”

Talvez ele tenha pensado que, pedindo piedade, ajudaria a salvar essas pobres almas. A minha está incluída, no caso.
Numa interpretação indefectível dos seres que mais sonham do que vivem, o desgraçado segue:

“Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada”

Essa última frase é a que mais me irrita! Ora, “insetos em volta da lâmpada”? Que cena patética! Não é terrível essa comparação? Parei pra pensar nisso seriamente: será que minha forma de agir me torna semelhante a um inseto em volta da lâmpada?
Melhor parar por aqui...