quarta-feira, agosto 22, 2007

A vida não tem paetê e lantejoula*

Às 22h40min, Paulo Markun suspira antes de comentar, com ar ranzinza e cara de sono: “Acordei às cinco da matina. Quem mandou não estudar?!”. Aí eu percebi que tinha valido a pena ir até a TV Cultura para participar da platéia do Roda Viva.

Reflexão 1) A preguiça existe para todos, inclusive os que disfarçam bem.

Reflexão 2) O jornalismo é mesmo coisa de gente masoquista.

Instantes depois, quando rodou a vinheta do programa, outra pérola: “É nóis na fita”. Uma tradução possível seria: “pessoal, preparem-se, vai começar”. Moderninho o Markun.

O programa tem início. Enquanto ia ao ar a matéria que explica quem é o entrevistado (no caso, o ministro dos Esportes, Orlando Silva) e qual será o tema da noite, escuto alguém assuar o nariz muuuito alto e penso: “Meu Deus, quem está fazendo isso?”. Surpresa! Era o Paulo Caruso, com um lenço de pano, sem vergonha nenhuma.

*frase de Elis Regina, que sabia tudo sobre o valor da simplicidade.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Conselho de pai: "Pisa no pescoço"

Os pais geralmente assumem uma postura meio largada na criação dos filhos, mas às vezes dão conselhos interessantes. O meu, por exemplo, é um defensor ferrenho da solteirice das filhas. Seu Ivan não quer casar as herdeiras. Apóia a independência feminina, o aperfeiçoamento profissional, a cerveja nossa de cada buteco, as viagens com os amigos e o combate ao homem-parasita (aquele que suga a gente até o último fio de cabelo e nos transforma em bagaços). Segundo ele, não se deve “dar mole”, aceitar tentativas de dominação, fazer as vontades, incorporar atitudes de Amélia. O negócio é maltratar, desconhecer o altruísmo propositalmente, tratar os homens como cães, já que eles merecem. E mais. Em momento inspirado (talvez no primeiro czar da Rússia, “Ivan, o Terrível”), aconselha: “Quando ele estiver agonizando, pisa no pescoço!”. Cruel o papai. Por um lado, eu concordo, afinal a raça merece tratamento perverso em nome do sofrimento histórico que nos causou. Por outro, não consigo, pois tenho pena de homem (eles se mostram seres tão frágeis a cada dia, que coisa incrível...), o que é um grande defeito. Na dúvida, evito a pisada, mas penso sobre o assunto e repasso o conselho para as amigas que precisam ouvir algo do tipo.