sábado, fevereiro 28, 2009

A crise dos (quase) 25 II

– Moça, vai uma bala? – perguntou o guri, que aparentava uns 10 anos.
Eu caminhava apressada para pegar o ônibus.
– Não, obrigada.
– Tu é linda, hein?!
“Quê isso, seu piá de merda?!”, pensei, mas não disse. O ônibus estava chegando. Depois, no trajeto, lembrei que crianças são sinceras. Então comecei a rir.

A crise dos (quase) 25 I

A escolha foi acertada. Última noite de Carnaval, na casa de Portugal, e até rima. Acho que eu era uma das cinco pessoas com menos de 30 no baile.

Olha a cabeleira do Zezé
Será que ele é
Será que ele é
Será que ele é bossa nova
Será que ele ...


E a gente dançando pelo salão.

Taí, eu fiz tudo pra você gostar de mim
Ó meu bem não faz assim comigo não
Você tem, você tem que me dar seu coração


E um coroa me tira pra dançar.

Se você fosse sincera
Ô ô ô ô, Aurora
Veja só que bom que era
Ô ô ô ô, Aurora


Eu danço. Agradeço no final. Ele some. Ufa.

Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou...


Volto pra casa cansada e feliz. Pulei Carnaval com os amigos, os vovôs, as tias-gatas. Mas aí paro pra pensar: “Será que eu vou acabar como essas coroas, se produzindo e se perfumando para ir em baile na Casa de Portugal, tipo, aos 60 anos?”.

Débora, sua louca, tu ainda tem 24!

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Sobre os privilégios de trabalhar à noite

Sofá da sala na quarta-feira de cinzas, sorvete e pernas pra cima:

Estação Primeira de Mangueira: Déééixxx.
Unidos do Viradouro: Déééixxx.
Beija-Flor de Nilópolis: nove, ponto, nove.
Mocidade Independente de Padre Miguel: nove, ponto, ooito.

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Tio bagaceiro? Eu tenho

Na terra da piada pronta, talvez esse seja o primeiro Carnaval em que eu não precisei ouvir trocentas vezes aquela piadinha infame que tanto me irritava na infância: “Hoje a Márcia* vai ver a Mangueira entrar”. “É hoje que a Mangueira entra?” “Ah, ela já viu a Mangueira entrar ontem.”
Rá. Rá. Rá.

* Márcia é um nome-coringa. Se usa em trote, em post de blog. Márcia serve pra tudo. Inclusive para proteger a reputação das tias.

Luma deveria ficar mais séria

Ver a Luma de Oliveira dando entrevista pra Globo antes de pisar na avenida me fez um pouco mal. Ela sorria o tempo inteiro, mas eu só conseguia prestar atenção nos pés de galinha que saltavam na tela.
O não-dá-mais-pra-disfarçar chega pra todos. É triste, mas consola.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Tá cada vez mais down o high society

Tenho vivido dias ecléticos, circulado em meios sociais muito diferentes em um curto espaço de tempo, o que, no mínimo, rende post para o blog. No fim de semana, alternei banho de sol em Santa Terezinha (que é uma praia tranqüila perto de Tramandaí) e Atlântida, com o detalhe de que o translado foi feito em ônibus pinga-pinga, com gente saindo pela janela e assentos disputados quase a tapa, o que é assunto para outro texto, por sinal.

Hoje comi sushi e risotos frescos – no sentido de coisa-metida-a-besta mesmo – na Padre Chagas. Almoço entre amigas. Papinhos do tipo: "Me conta, fulana, que tu anda fazendo? E o trabalho? E o namorado? E a praia? E a lipo?". Horas depois eu estava no Centro da cidade, mais especificamente no recém-inaugurado Camelódromo, por curiosidade e necessidade, já que tinha umas comprinhas a fazer. "Moça, quê procura? A gente tem tudo", gaba-se o vendedor, com uma lata de Kaiser na mão. Viva a informalidade!

No meu passeio pelo CPC, aprendi que existe um novo termo para produto-pirata: paralelo. Chique, não? “Moça, o original é R$ 40; o paralelo é R$ 20.” Comprar algo “paralelo” até que não parece ruim. “Me dá o original, pra garantir.”

Camelô é tipo shopping, a gente pisa lá e descobre que está precisando comprar milhares de coisas. A vantagem é que, no Centro Popular de Compras, os vendedores se esmeram para vender, se não têm o produto conseguem com o vizinho, sempre dão um jeito e os valores são beeeem mais em conta. Sobre a qualidade... bom, vamos pular essa parte.

Achei o prédio do camelódromo meio inacabado (ou feio mesmo), mas fiquei feliz em ver aquelas pessoas trabalhando com as mínimas condições que um ser humano merece, como teto, por exemplo. Peguei o ônibus e voltei pra casa pensando que, enquanto eles batalham o arroz com feijão de amanhã, o povo da Padre Chagas nem sabe quanto custa um litro de leite. E enquanto uma barriga roncava, eu torrei R$ 25 em um almoço no Riverside’s. Alimentei a engrenagem. Que merda.

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Boa!


Na beira-mar de Atlântida Sul (Litoral Norte), um bom nome para bar.

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Vicky Cristina

Tem dias que eu espremo o cérebro e não sai nada. Nadinha. O drama é grande porque eu sou jornalista e preciso trabalhar. Espremo de novo, espremo mais. E não brota nem uma legenda maisoumenos nem um título razoável muito menos um lead que faça o mínimo sentido. Dá vontade de ir lavar pratos em Barcelona.

terça-feira, fevereiro 03, 2009

O pior release ever



PREFEITURA DE XXXXXXXXX
GABINETE DO PREFEITO
COMUNICAÇÃO SOCIAL
E-mail: imprensa@XXXXXX.rs.gov.br
Jornalista XXXXXX XX XXXXXX XXXXXX

FESTA DOS NAVEGANTES NA PRAIA XYZ

O prefeito de XXXXXXXXX, Fulado de Tal, sua esposa Maria de Tal, o vice-prefeito Beltrano de Tal e sua esposa Neusa de Tal, participaram no domingo (01) pela manhã da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes no Balneário XXXXXXXX, um evento considerado tradicional todos os anos e realizado pela comunidade religiosa da Paróquia que leva o nome da Santa.

Aconteceu uma procissão onde os fiéis levaram em um andor a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, da Capela pelas ruas do balneário até a beira mar, junto as ondas do oceano Atlântico, com orações e cantos religiosos.

Após a procissão, foi rezada uma missa na Capela pelo pároco, Padre XXXX, com a participação dos festeiros, Paulo e Maria, e coordenadora da Festa Senhora Edith, um destaque foi a grande participação de veranistas e moradores que acompanharam todo o festejo em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes.

p.s. dá pra acreditar?