domingo, julho 26, 2009

Acabou, boa sorte

Eu aprendi - e não foi nada rápido, lá se vão 25 anos - que a certa altura da vida a gente deve terminar as coisas de maneira decente. E que dar tchau reconhecendo a parte boa do que foi vivido nos livra do peso e do gosto amargo do que um dia os outros podem chamar, equivocadamente, de ingratidão. Porque o silêncio às vezes é interpretado como ingratidão. O meu silêncio muitas vezes é.

O “Divagações e Paranóias”, cujo primeiro post, por sinal muito medíocre, data de junho de 2005, me acompanhou desde a metade da faculdade. Relendo as bobagens que escrevi, consigo rever um pouco da minha história. Em alguns momentos, rolaram sacadas legais, e com o que de bom publiquei acabei ganhando a simpatia de colegas que tinham dificuldade em decifrar o meu silêncio, me aproximei de potenciais amigos, angariei pretendentes involuntariamente, gargalhei e bufei com as interpretações mais mirabolantes a respeito de textos despretensiosos. É por tudo isso que valeu a pena.

Despeço-me com o sentimento confortante de que foi bom enquanto durou. E com a mais pura certeza de que, aos 25 anos, este espaço pós-adolescente não me serve mais. É preciso terminar uma fase para conseguir começar outra, já escreveram os mestres da autoajuda. E eu prefiro acreditar que, sim, esse é o caminho. O que quer dizer, meus amigos, que em breve a Cruz estará de volta, num espaço minimamente renovado. Como bem cantou o grande Belchior: “o passado é uma roupa que não nos serve mais”.

Tchau, gente.
Obrigada pela companhia.
Nos vemos!
Um beijo.