domingo, dezembro 03, 2006

Sobre como tatuadores podem ser pessoas legais

Três fatos ocorridos em seqüência me fizeram reconsiderar o que eu pensava a respeito de pessoas que ganham a vida marcando a pele de outras com tinta escura. Segue a historinha...

1) Na sala da recepção, entre um choque no estômago (sinônimo de nervosismo agudo) e um comentário clichê qualquer emitido para que o tempo parecesse passar mais rápido, eu ainda pensava na possibilidade de desistir. Quando minha companheira de sofrimento declarou que havia a possibilidade de ela ter que ir embora – culpa de uma carona imperdível para o litoral – e me deixar sozinha com a decisão de eternizar um desenho no corpo, proferi a frase infantil:
Débora: – Elô, mas como eu vou fazer a tatuagem se tu não estiver aqui?
Elo: [silêncio].
Tatuador: – Mas eu vou estar.
Sim, como um amigo íntimo, alguém da família, o rapaz estranho, possuidor de dezenas de tatuagens pelo corpo, fez com que eu me sentisse a pessoa mais segura do mundo. Então pensei: “Gente fina esse cara”. Pronto, eu não voltaria atrás Parte I.
2) Pouco antes de sentar na cadeira em que o serviço seria consumado, passei os olhos pela perna do tatuador – sem malícia, juro. Tinha de tudo. Mesmo. Desenhos diversos e de todas as cores imagináveis. Mas a surpresa maior foi ver a minha escolha – que era inédita até o momento – representada ali. Pensei: “Que merda, ô idéia comum que eu tive”. Sentei e ele falou:
Tatuador: – Posso te fazer uma pergunta?
Débora: – Claro [pensando, como assim?].
Tatuador: – Por que tu vai tatuar um ponto de interrogação?
Débora: – Não sei. Acho que é uma boa resposta, né?
Tatuador: – Eu perguntei porque também tenho um. E também não sei o porquê.
Pronto, eu não voltaria atrás Parte II.
3) Pelo nervosismo, ele notou que era a “minha primeira vez”. Preocupado, tentou me explicar como seria a dor quando a agulha começasse a perfurar a minha pele.
Tatuador: – Eu vou fazer só o início, só um pouquinho, pra tu ver como é a dor. Aí eu paro e a gente conversa, tá?
Débora: – Tudo bem [sem acreditar na fofura que era aquela pessoa].
Achei a dor suportável e informei que ele poderia seguir adiante. Cheguei à conclusão de que deve ser costume no estabelecimento indicar o respectivo rapaz para meninas histéricas que resolvem fazer a primeira tatuagem. Constatei que o tatuador realmente era uma pessoa bacana. Revi meus conceitos. Agora, tenho tatuagem.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Paradigma da Complexidade

No número 79 da rua Jerônimo Coelho, distribuídas em dois andares, meninas querem alisar as madeixas, senhoras aguardam mais de meia hora com rolos coloridos na cabeça para, depois, ver seus fios de cabelo escassos transformados em volumosos penteados, mulheres bem vestidas colorem as unhas, têm os pêlos depilados, os olhos maquiados. Ao mesmo tempo, cabeleireiros e manicures inventam soluções para os mais diversos problemas. Desde cabelos difíceis até unhas do pé impossíveis. A rotina é essa, pelo menos de terça-feira à sábado, no salão de beleza Danilo Cabeleireiros. Sim, é Danilo Cabeleireiros, e não Danilo’s Hair.
A localização é estratégica. O estabelecimento fica entre a avenida Borges de Medeiros e a Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre. Tal posição faz com que grande parte das clientes seja formada por funcionárias da Assembléia Legislativa e do Palácio Piratini. O cheiro de produtos de beleza nada baratos pode ser sentido no ar. Um luxo. Sonoramente, além do burburinho inquieto das conversas entre cabeleireiros ligeiros e clientes com sede de beleza, escuta-se o barulho frenético e não muito agradável de secadores de cabelo das mais diferentes cores...

*A pessoa entra na faculdade lendo Caros Amigos e termina o curso assinando a Trip. Além disso, escreve matérias sobre salão de beleza, por livre e espontânea vontade. Nem o Morin explicaria tal fenômeno complexo.

quinta-feira, novembro 16, 2006

É porque dói na alma...

Quando ouvi a Cíntia Moscovitch contar que não abria os livros escritos por ela depois de impressos, achei estranhíssimo, quase impossível, uma insanidade. Pensei comigo: como ela não aproveita para curtir o filho depois do nascimento?
No entanto, a justificativa da referida escritora se revelou sábia: “Sempre tem um erro que ninguém viu, repetição de palavras ou falha de editoração”. Achei compreensível, mas, ainda assim, exagero. Agora entendo plenamente o drama da Cíntia. Cada vez que pego a monografia para dar uma olhada “de leve” encontro erros bizarros e imperdoáveis. Dói o coração, pois não tem volta. São equívocos que vão ficar para a posteridade. Mas, veja bem, se até a Cíntia Moscovitch passa por isso...
Tá decidido: não olho mais!

quarta-feira, outubro 25, 2006

E depois.

Duas coisas me atormentam atualmente: o fato de que sou quase jornalista (até banida da grande imprensa – devido a corte de gastos – eu já fui, ponto importante no currículo) e a tragédia de estar produzindo uma monografia interminável. Por que tudo é mais interessante que escrever e finalizar o trabalho de uma vez? Até pintar as unhas de esmalte cor café parece mais atraente do que encarar o bendito arquivo do word. Ou comer plic-plac e tomar chimarrão. Ou ligar pra minha mãe e discutir os gastos da formatura. Ou ler o caderno Viagem da ZH. Ninguém me avisou que parir a monografia era tão difícil. E se alguém avisou, eu não acreditei. Mas a pior parte, com certeza, ainda está por vir. Mais dolorido que terminar a mono deve ser acordar no dia seguinte à formatura.

P.S. O ponto no título é homenagem ao jornal O Sul.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Ex-blog

Alguém sabe explicar como o Cesar Maia tem um "Ex-blog"?

domingo, setembro 03, 2006

Infância

Primeira série, sete anos de idade, paredes coloridas de uma sala de aula antiga, o piso um tanto quanto velho e sujo. A madeira rangia quando a gente pisava. Classes verdes e cadeiras de madeira escura. Cerca de vinte alunos, talvez um pouco mais. Tocos de gente. A professora – linda, loira e olhos azuis – em nada ficava devendo à “Professora Helena”, do Carrossel. Um sonho de profe! Tudo lindo até o dia em que ela explicou como seria a avaliação dos aluninhos. Em vez de prova, faríamos uma atividade lúdica, mas valendo nota. A avaliação consistia em imitar uma propaganda de televisão. Só. Era fazer isso e passar de ano. E férias. Mais fácil impossível. Eu lembro dos colegas empunhando pastas de dente da “Colgate” e pronunciado constrangidos algo como: “Compre Colgate e seu sorriso ficará...”. Quando me dei conta que teria de atravessar a fila interminável de classes com cadeiras com projetos de pessoas à minha frente, segurar um produto e imitar alguma propaganda ridícula de TV diante do opressor quadro negro e dos mais opressores ainda olhares alheios, tive a exata certeza de que eu não faria o exercício. “Débora, tu tem que fazer, vai ficar sem nota.” Bem que a professora Lúcia Helena tentou, falou com jeitinho no início, depois foi incisiva: “Vais rodar”. Resolveu conversar com a minha mãe, que me chamou para um papo sério. “Mãe, eu rodo, mas não faço.” Eu lembro menos do pânico da vergonha iminente, e mais da absoluta convicção de que não enfrentaria a turma inteira. Eu queria ficar resguardada na minha timidez e fui chamada a me abrir ao mundo. A resposta foi não, definitivamente. Minha trajetória escolar recém começara. Aos sete anos, estava preparada para rodar, ficar um ano atrasada na escola, ser a desonra da família. Bom, para a psicóloga não ia adiantar me mandar, pois eu já freqüentava consultório a essa altura. Foram minutos, horas, dias de tortura. Colgate não, de jeito nenhum. Não faço e pronto. Repito de ano. Choro. Sapateio. É claro que isso deve ter gerado mais comentários na escola do que se eu tivesse feito a tarefa. Não teve jeito. Minha mãe ficou responsável por explicar à professora a dimensão da minha timidez sem fim. Acho que ela entendeu, pois passei de ano, rumo à segunda série. Eu e a minha fobia de olhares alheios.

* A professora Lúcia Helena, hoje com 51 anos, está no Orkut, linda, loira e com 252 amigos!

quinta-feira, agosto 17, 2006

Perfil de um anônimo

Enquanto ele não gira a chave na ignição e os passageiros não ouvem o barulho do motor, aproveita para puxar conversa, mais uma de tantas, quase sempre começando por “vocês que são jornalistas, me digam o que vocês acham sobre...”. Se o assunto não vinga, ele encontra outro. Ou se mete nos comentários que circulam. Ou larga uma frase solta como “os meus filhos acham que eu sou banco, veja só como estão as coisas, essa garotada...”. Na maioria das vezes encontra um interlocutor disposto a trocar idéias, mesmo que 40% dos passageiros estejam completamente calados, sonolentos e pensando em chegar o mais rápido possível até suas camas. De segunda a domingo, exceto nos dias de folga, ele, cafuzo, cabelo afro, pele morena, olhos puxados, sorriso de Jair Rodrigues (os dentes brancos, parelhinhos e freqüentemente à mostra), tem a incumbência de deixar na porta de casa jornalistas e estagiários que vêem terminar mais um dia de trabalho.
Ele não é “o motorista”. É “o Sandro”. Pode ser que já tenha passado dos cinqüenta anos. Talvez tenha até cinqüenta e cinco, ou seis. O porte físico também se assemelha ao de Jair Rodrigues. Magro, mas nem tanto. Forte, mas nem tanto. Estatura média. O sotaque mostra que do Sul ele não é. Não chia como os cariocas, mas quase chega lá. Talvez por causa vida de caminhoneiro que levava pelo Brasil afora, seu sotaque original de amazonense tenha se diluído, se transformado em um falar híbrido. O fato é que, embora durante muito tempo tenha viajado pelo país, agora está fincado em Porto Alegre, e percorre diariamente um trecho simples. Mas ao mesmo tempo complexo. Tem de lembrar que hoje deve pegar primeiro a Avenida Ipiranga, já que a moça que desce próximo à Bento Gonçalves está de folga. Depois Santana, Venâncio Aires, Lima e Silva, José do Patrocínio. Depois centro, Demétrio Ribeiro e algumas outras. Deve pensar “moram bem esses jornalistas e ainda reclamam”.
Dirigindo, não é o exemplo maior de respeito às regras do trânsito. Tanto que às vezes é xingado por taxistas ou motoristas comuns, após cortar a frente de outro veículo ou fazer ultrapassagens em parte perigosas. Parar no sinal vermelho também não é o seu forte. Mas desde a primeira pessoa que deixa em casa, no bairro Medianeira, até a última, no Petrópolis, percorre com desenvoltura grandes avenidas e ruas estreitas.
No caso das mulheres, ele espera que elas coloquem a chave no portão do prédio. Da mesma maneira que fazem os pais ou tios, que não arrancam o carro enquanto enxergam alguma possibilidade de perigo. O mesmo zelo não é reservado aos homens. Deve pensar “esses se viram por aí”.
Sandro conta histórias. Dá risada. Sorri seu sorriso de Jair Rodrigues, que em alguns momentos chega a irritar de tão faceiro. Gosta de dirigir e de estar entre jornalistas, perto da notícia e das pessoas que a dão forma, tendo entre essas um pequeno poder, o de devolvê-las sãs e salvas às suas casas, aos seus filhos, maridos ou namorados, travesseiros e lexotans. Com um singelo, porém firme, “bom descanso”, às vezes oferecido apenas por educação, e noutras com carga profunda de sinceridade, abençoa quem desce do microônibus e entra novamente em seu mundo particular.

sexta-feira, julho 28, 2006

Tens o telefone dele?

Descobri que quero segurar o tempo e entrevistá-lo. Ele faz o que quer com a gente, assim, no mais. Simplesmente não dá. Não é justo. Alguém precisa dar um jeito nisso!
No momento, sinto que preciso congelar o último semestre da faculdade de Jornalismo. As aulas ainda nem começaram e eu já iniciei a listagem mental de tudo que sentirei falta quando a formatura chegar (amigos – conhecidos – aulas legais – aulas chatas – os professores de verdade – o capuccino – a cerveja da sexta-feira à noite). Alguém por aí tem o contato do tempo? Se não tiverem o telefone, pode ser o e-mail mesmo.

quinta-feira, julho 20, 2006

A frase

Tudo acaba. Desde o amor até a Varig.
Não podia deixar a frase passar em branco, mas a autoria eu não divulgo.

quarta-feira, junho 14, 2006

Já que alguns loucos gostaram...

Na disciplina de Produção de Revista, fomos chamados a escrever uma crônica. Tema livre (nada me dá mais medo). Superei a crise de inspiração e cumpri a tarefa. Aí vai o texto me custou uma noite de sono:


O mito da quantificação

Quantas Barbies enfileiradas seriam suficientes para dar uma volta ao mundo? Trezentos e sessenta e cinco miligramas de silicone é muito, bom ou pouco? Quantos casos Deborah Secco teve nos seis meses que antecederam seu namoro com o músico Falcão? Três anos é o tempo que um bom casamento leva para entrar em crise?
Jornais, revistas e internet vomitam diariamente estatísticas, probabilidades, números inutilmente valorizados. E lá vai a sociedade, anestesiada com a enxurrada de informações que recebe, incorporando o mito da quantificação. O amor, o prazer, a dor, a saudade, a angústia, o vazio: tudo é quantificável, medido. A vida é número, acredite! Tudo em cinco vezes sem juros. Desconto de 10% à vista ou no cartão. Tudo por R$ 1,99.
O que dizer do melhor amigo do homem? Sim, o celular. Sem ele ninguém vive. Alguns aparelhinhos luminosos, vibrantes e barulhentos têm capacidade para armazenar 500 números de telefone. Agora, alguém me diz, pra que isso? Providos de calculadora, cronômetro, calendário, despertador, ajudam os pobres mortais a tentar parar o tempo, que escorrega, foge, some. Não existe mais. Passou.
A sensação é de que vivemos numa permanente contagem. E regressiva. Horas, minutos, segundos. O tempo passa cada vez mais rápido. O dia ideal deveria ter, no mínimo, 30 horas. As 24 que temos não dão para nada. O próximo ônibus passa daqui a 15 minutos. Até as duas, mulher não paga. Corra, senão sai mais caro. Calcule, para ver se dá tempo.
Na televisão, mais números. A bolsa de valores, os últimos dados de pesquisas do IBGE, da FEE, do DIEESE, concorrem no quesito relevância com a previsão do tempo, que cada vez ganha mais espaço. Saber as máximas, mínimas e médias do dia é indispensáveis para quem está prestes a pôr o nariz para fora de casa. E se no aconchego do lar não deu para ver que temperatura fazia lá fora, as avenidas das grandes cidades salvam! Informam hora e temperatura exatas. Minutos e graus, perfeito, espetacular.
Números, muitos números, para alimentar uma sociedade na qual as pessoas fingem que somam, que multiplicam, quando na verdade subtraem o que vale à pena. Quantifiquemos, para agüentar viver o “menos pior”.

quinta-feira, junho 01, 2006

Resolução inevitável

Depois de começar a rezar para que o semestre acabe de uma vez, resolvi seguir a grande tendência dos alunos da Famecos (segundo Maikio Guimarães): Penso, logo desisto.

sexta-feira, maio 26, 2006

Eu queria ter uma bomba (Cazuza)

Solidão a dois, de dia
Faz calor, depois faz frio
Você diz "já foi" e eu concordo contigo
Você sai de perto, eu penso em suicídio
Mas no fundo eu nem ligo
Você sempre volta com as mesmas notícias



Como alguém escreve isso, assim, no mais?

quinta-feira, maio 18, 2006

É própria!

A vida tem uma dinâmica própria, ninguém me convence do contrário. Um dia a gente acorda e mudou de emprego. Outro dia a gente acorda e mudou de casa. E a gente fica feliz, comemora. E a gente bebe. Não adianta fazer o detalhamento dos planos para o ano, o semestre, o mês. Tudo vai acontecer no momento que o universo considerar adequado e conspirar a favor. E ele conspira. Demora, mas conspira. Aí a gente fica feliz, comemora. Aí a gente bebe. Dá a sensação de que dedicação realmente é algo que posteriormente tem reconhecimento, que não existe sorte, mas merecimento sintonizado com o poder dos astros. Tem dinâmica própria sim!
Tradução da divagação acima:
- O “open house” (como diz o meu tio) acontece daqui a um mês;
- Na próxima semana já estarei trabalhando no “melhor jornal do Rio Grande do Sul”.

sexta-feira, maio 12, 2006

Se a vida dói, drinque caubói!

Troquei de paixão (literária, imaginária, platônica). Chega de Daniel Galera. Bom mesmo é o Xico Sá!
Acessem http://carapuceiro.zip.net
Mas aviso, ele é meu!

quarta-feira, maio 03, 2006

Mitos

Ontem à noite, em alguns minutos de conversa com o jornalista Heródoto Barbeiro por telefone, percebi que o mundo não funciona exatamente como eu pensava. Era uma entrevista e, para minha surpresa, ele não tinha todas as respostas para as minhas perguntas. Mas manteve a pose, respondeu só o que quis (parecido com o que alguns políticos fazem, sabe?) e no final disse "um abraço".
O som das duas palavrinhas ecoou no quarto da minha irmã, por causa do viva-voz e da ausência de móveis, claro, e não de efeitos especiais. Fiquei ali parada, refletindo sobre o que o Heródoto tinha dito (e principalmente sobre o que ele não tinha dito). O sentimento foi mais de frustração do que de tarefa cumprida. "O homem não respondeu nada!", pensava eu, transitando entre indignação e raiva.
Sempre tive o hábito de cultivar ídolos intocáveis. Eles lá no alto, eu próxima ao solo. Mas quando esses seres passam a fazer parte do meu mundo real, quando demonstram seu caráter humano, tudo desaba. Perco o chão e também os sonhos. Aí é hora de descobrir outros deuses.

terça-feira, março 28, 2006

Tudo é uma questão de manter...

Dez cadeiras na Puc, bolsa de iniciação científica, estágio (que inclui trabalhar um final de semana por mês), monografia. Sinceramente, não sei se saio viva dessa. Talvez não faça todos os trabalhos, talvez ignore algumas resenhas. O mais provável é que eu tente fazer tudo e não consiga e fique doente. Por isso já comecei um processo de mentalização. Sei que vou ficar sobrecarregada com o passar dos meses, então é necessário manter a esfera energética equilibrada.

Semana passada, até uma "consulta espiritual" eu fiz. O cara que me atendeu no centro espírita Bezerra de Menezes (kardecista, nada de espiritualismo ou candomblé) parecia o Alberto, da novela A Viajem, que está passando no Vale a pena ver de novo da Globo – parecia no temperamento, na calma, segurança, e não na aparência, né!

Fiquei impressionada com o seguinte: ir lá me fez muito bem, embora minha tendência seja negar. Recuperei parte das energias boas que o meu atual estágio está sugando de mim. Não tive mais pesadelos com "seres de outro mundo". Fiz as pazes com o mundo espiritual. E agora a vida segue...

terça-feira, março 07, 2006

Guia do Jornalismo na Internet

Para os interessados no assunto, há um Guia de Jornalismo na Internet no site da Universidade Federal da Bahia. O trabalho é resultado de um projeto de pesquisa de um aluno. Bem interessante. Segue o link:

Online II Noite

sexta-feira, março 03, 2006

Resumo do Carnaval

Guarda do Embaú, acampamento, camping horrível, banheiro sujo.
Sol de rachar todos os dias, banho de mar, peixinhos, canoas que levam até a praia (altamente ecológico e apaixonante), muito protetor solar, couro cabeludo queimado, Paulo Zulu. Skol, o sol na barraca, a sombra ao lado, os agrados do Daniel. Peixe frito, ensopado, grelhado, pouco camarão, saladas, doces.
Posso dizer que gostei.

domingo, janeiro 15, 2006

Se isso é vida...

No momento, completamente confusa, completamente sem rumo, completamente sem vontade. Ares de depressão em pleno mês de janeiro é algo grave. Gravíssimo.
O calor tem me tirado as forças. O trabalho tem feito eu me enxergar na mais pura mediocridade. Na vida sentimental, não me reconheço. Fracassei ao tentar cumprir as metas metodicamente estabelecidas. Tive a confirmação de que a gente não controla a vida (embora quase sempre consiga controlar as pessoas).
Para dar plena legitimidade à fase decadente, estou tomando uma Bavária que meu pai colocou no congelador.
O que há com o meu mundo?

terça-feira, janeiro 10, 2006

A vagabundagem acabou

O perído de férias forçadas chegou ao fim. Amanhã começo a trabalhar para o Rigotto (quem diria). Estou pensando em incorporar o discurso da Cristiane Finger: "Estou vendendo a minha força de trabalho, e não a minha ideologia". Será que cola?

Velhice

Estou velha. Caí da escada ontem. Isso que moro no 2º andar, veja que descuido. Estou velha. Caí e fui quicando ao longo de alguns degraus. Patético. Estou velha. Esfolei o tornozelo, machuquei o braço. No dia seguinte, acordei com dor na bunda, mal podia sentar. O tombo deixou sequelas. Relamente estou velha.

sábado, janeiro 07, 2006

Poesias do "Canha"

O que o ser humano não acaba fazendo por uns trocados...
De férias forçadas, agradeci a Deus por ser "contratada" para digitar um livro de poesias. O nome do autor: João Canha. Sim, é isso mesmo. Abaixo reproduzo uma das poesias do Canha. É de chorar (interprete como quiser).

Sou eu

Este poema sou eu
Energizado em versos:
Muita ternura; muito amor...
Mas doador eterno
Como todo poeta.

Sou eu nas controvérsias
De meus próprios sonhos!...
Fantasma de meus próprios passos
Em debandadas fantasias...
Mas doador e carinhoso como sempre.

Sou eu dentro da loucura
Estranha de mim mesmo!...
Que sem ser submisso conseguiu
Subir; descer; mas permanecer
No invólucro inviolável do meu ser!