domingo, novembro 20, 2005

Consciência tranqüila

MAIS DE DUZENTOS ESTUDANTES DA PUC FIZERAM UM PROTESTO ONTEM À NOITE./ ELES PERCORRERAM O CAMPUS COM FAIXAS CONTRA O AUMENTO DAS MENSALIDADES, PREVISTO PARA O PRIMEIRO SEMESTRE DO ANO QUE VEM./ OS ALUNOS TENTARAM INTERROMPER O TRÂNSITO NA AVENIDA IPIRANGA, MAS FORAM IMPEDIDOS PELA BRIGADA MILITAR./

Era mais ou menos assim que começava a nota coberta cujo texto escrevi na manhã de 18 de novembro para ser veiculada na TV Foca um dia após a manifestação ocorrida no Campus da Puc contra o aumento das mensalidades.
Saí da aula de Rádio por volta das 21h30min. Dei de cara com a manifestação. Vi um dos cinegrafistas da TV Foca filmando o acontecimento e pensei: “Nota coberta para o jornal de amanhã!”. Para ajudar, eu era a editora-chefe da semana. Acompanhei o desenrolar do protesto: tentativa de parar a Ipiranga, Brigada a postos, gritos de “educação não é mercadoria”. Peguei as informações com uma das organizadoras do ato. Entrei no Universitária e fui pra casa pensando que a nota iria entrar no telejornal, que não haveria censura, afinal de contas o assunto era de interesse da comunidade acadêmica.
Quem disse que não vale a pena tentar?
Primeiramente tentaram impedir que usássemos as fitas com as imagens. Disseram que elas foram feitas à pedido da Prefeitura Universitária para serem usadas, se necessário, pela Reitoria. Batemos o pé. A redação inteira se mobilizou a favor da tal nota coberta. Não se sabe como, mas uma das fitas acabou parando nas mãos da Geovana, editora naquela semana. Gravei o off e ela editou. A nota estava pronta. A proibição continuava de pé. Nossa última alternativa era recorrer à chefe maior, Cristiane Finger. Estávamos preparados para ouvir um não. Tinha imaginado ela dizendo que o Reitor mandaria ela pra rua se permitisse a veiculação das imagens.
Qual não foi a minha surpresa quando, relatando pra ela o que estava acontecendo e quais eram as nossas (minhas) pretenções, escuto: “Eu quero ver o texto”. Gelei e entreguei meus humildes escritos. “Vou falar com o Jerônimo (Diretor da Famecos)”. Não acreditei! Eu achando que a louca ia vetar de cara e ela foi comprar briga para veicularmos o protesto. A tal nota coberta foi ao ar na última TV Foca em que fui editora-chefe. Me senti jornalista. Acompanhei o fato. Barganhei para que fosse incluído naquela edição do telejornal. Pela primeira vez teve ameaça de censura naquela redação. Teve apreensão, nervos à flor da pele, calor, medo e coragem. Por uma notinha de alguns segundos e meia dúzia de imagens me deu vontade de dizer que se não colocassem aquilo no ar, eu pediria demissão. Era, talvez, uma das pautas mais relevantes do semestre. E foi ao ar. Dever cumprido.

quarta-feira, novembro 02, 2005

De saco cheio

Acho que enchi o saco dessa história de escrever em blog. Não que eu tenha produzido muito nos últimos tempos, claro que não. Talvez esteja precisando de um motivo.
Mas a questão é que ando meio sem vontade. Meio perdida com a partida da Tatiana Lemos. Abalada. Com medo de como será o verão sem as loucuras da Tati, sem excursões pós-modernas.