quarta-feira, maio 16, 2007

A filosofia e o banho

Enquanto sentia a água quente, muito quente, levar pelo ralo as energias agregadas ao corpo após um dia inteiro fora de casa, exercitava preocupações pequeno-burguesas por meio de pensamentos difusos e sem propósito: vontade de quase-nada, vontade de quase-tudo, vontade de muito-pouco, vontade de bem-mais-do-que-isso, vontade de movimento.
Mas uma pessoa normal (se é que esse conceito existe) não passa 17 minutos de banho pensando só nisso. Na seqüência, vieram os seguintes flashes de pensamento (não necessariamente nesta ordem): atenienses, pós-modernidade, espartanos, quarta-feira de ofertas no Zaffari, positivismo, Toddy (comprar urgente!), Morin, erva para o chimarrão (aquela que já vem com chás), dicionário de francês, mercado de trabalho, essência do ser humano, cortar o cabelo amanhã (sem falta!), pré-socráticos, moral cristã.
Ao fim de tudo, afogada em reflexões inúteis e de banho tomado, lembrei do mais importante: esqueci de pegar a toalha!

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