quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Tá cada vez mais down o high society

Tenho vivido dias ecléticos, circulado em meios sociais muito diferentes em um curto espaço de tempo, o que, no mínimo, rende post para o blog. No fim de semana, alternei banho de sol em Santa Terezinha (que é uma praia tranqüila perto de Tramandaí) e Atlântida, com o detalhe de que o translado foi feito em ônibus pinga-pinga, com gente saindo pela janela e assentos disputados quase a tapa, o que é assunto para outro texto, por sinal.

Hoje comi sushi e risotos frescos – no sentido de coisa-metida-a-besta mesmo – na Padre Chagas. Almoço entre amigas. Papinhos do tipo: "Me conta, fulana, que tu anda fazendo? E o trabalho? E o namorado? E a praia? E a lipo?". Horas depois eu estava no Centro da cidade, mais especificamente no recém-inaugurado Camelódromo, por curiosidade e necessidade, já que tinha umas comprinhas a fazer. "Moça, quê procura? A gente tem tudo", gaba-se o vendedor, com uma lata de Kaiser na mão. Viva a informalidade!

No meu passeio pelo CPC, aprendi que existe um novo termo para produto-pirata: paralelo. Chique, não? “Moça, o original é R$ 40; o paralelo é R$ 20.” Comprar algo “paralelo” até que não parece ruim. “Me dá o original, pra garantir.”

Camelô é tipo shopping, a gente pisa lá e descobre que está precisando comprar milhares de coisas. A vantagem é que, no Centro Popular de Compras, os vendedores se esmeram para vender, se não têm o produto conseguem com o vizinho, sempre dão um jeito e os valores são beeeem mais em conta. Sobre a qualidade... bom, vamos pular essa parte.

Achei o prédio do camelódromo meio inacabado (ou feio mesmo), mas fiquei feliz em ver aquelas pessoas trabalhando com as mínimas condições que um ser humano merece, como teto, por exemplo. Peguei o ônibus e voltei pra casa pensando que, enquanto eles batalham o arroz com feijão de amanhã, o povo da Padre Chagas nem sabe quanto custa um litro de leite. E enquanto uma barriga roncava, eu torrei R$ 25 em um almoço no Riverside’s. Alimentei a engrenagem. Que merda.

Um comentário:

Anônimo disse...

A engrenagem nos mói. Que verbo estranho.