quarta-feira, maio 03, 2006

Mitos

Ontem à noite, em alguns minutos de conversa com o jornalista Heródoto Barbeiro por telefone, percebi que o mundo não funciona exatamente como eu pensava. Era uma entrevista e, para minha surpresa, ele não tinha todas as respostas para as minhas perguntas. Mas manteve a pose, respondeu só o que quis (parecido com o que alguns políticos fazem, sabe?) e no final disse "um abraço".
O som das duas palavrinhas ecoou no quarto da minha irmã, por causa do viva-voz e da ausência de móveis, claro, e não de efeitos especiais. Fiquei ali parada, refletindo sobre o que o Heródoto tinha dito (e principalmente sobre o que ele não tinha dito). O sentimento foi mais de frustração do que de tarefa cumprida. "O homem não respondeu nada!", pensava eu, transitando entre indignação e raiva.
Sempre tive o hábito de cultivar ídolos intocáveis. Eles lá no alto, eu próxima ao solo. Mas quando esses seres passam a fazer parte do meu mundo real, quando demonstram seu caráter humano, tudo desaba. Perco o chão e também os sonhos. Aí é hora de descobrir outros deuses.

Um comentário:

Bibiana Osório disse...

E daí a gente vê tb que não somos tão ruins quanto pensávamos. Grande Dé! Saudades das nossas conversas.